Crônica das Letras
As palavras, preguiçosas e sonolentas, arrastam-se pela folha procurando um alento em algum parágrafo sem sentido. Os sentimentos militando com a razão gritam ordens dissonantes aos pontos e vírgulas para se organizarem. A exclamação por falta de interrogações( que parece-me que estão em greve, mas em vez de afirmar só questionam) contorce-se quase formando um "s". E nestas dificuldades, pouco notadas pelo escritor, o texto vai se formando. Estes esforçados trabalhadores que só são valorizados em grupos e só aplaudidos quando escritos por um grande autor, olham-nos boquiabertos o mal uso deles mesmos. Ah, se por um astuto milagre eles vida ganhassem, qual o conteúdo tão fatídico ou deslumbrante eles por razão de si formariam? Talvez um canto esquecido, de suas naturezas ancestrais, clamando por uma liberdade roubada pela necessidade de comunicação humana. Ou um ode aos grandes, que guiados por um instinto desconhecido, souberam dar forma a beleza mais pura da escrita. Pode-